O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DE GÊNERO PARA OS FAMILIARES DE PESSOAS TRANS

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Faedra Proêza de Paula
Pedro Octávio Gonzaga Rodrigues

Abstract

O processo transexualizador é um momento extremamente importante na vida de pessoas transgênero, para Barifouse (1). Transgêneros (ou “trans”) são pessoas que não se reconhecem dentro do seu sexo biológico. Junto à autopercepção do gênero, surge também a insatisfação com a aparência e o desejo de modificar o corpo a fim de ter uma figura corpórea correspondente ao gênero no qual se identifica (2). Este processo chama-se transição de gênero, processo fortemente marcado pela importância da família, que deveria desenvolver um papel fundamental de apoio ao indivíduo em transição (3). Dada a importância da ligação familiar para os indivíduos, sobretudo pessoas trans, essa pesquisa teve como objetivo observar os principais aspectos que atingem a família de pessoas trans no processo transexualizador. O estudo teve como método uma revisão sistemática da literatura, que procurou sintetizar bibliografias a partir da Biblioteca Virtual e Saúde e do Scientific Electronic Library Online. Os critérios de inclusão foram: literaturas publicadas em língua nacional ou estrangeira; nos últimos 20 anos (de 2001 a 2021); textos completos e orientados por metodologia científica e relacionados com a problemática e com os objetivos da pesquisa. Ao final foram selecionadas 8 bibliografias que se mostraram elegíveis para o estudo. Os principais resultados encontrados foram: os pais inicialmente apresentam comportamento agressivo e repressor em relação ao ente trans, exigindo uma conduta cisheteronormativa; as famílias se tornam mais violentas devido a não aceitação da condição identitária do indivíduo; o sentimento de medo às represálias familiares através de sermões e/ou violência faz com que algumas pessoas trans acabem negando sua identidade; e que com o tempo, a maioria das famílias tendem a aceitar e lidar melhor com a identidade do membro. Deste modo, a partir das análises empreendidas, pode-se concluir que a forma com que esses familiares reagem, influenciam de maneira positiva ou negativa no processo de transição. Quando a família acolhe, a jornada se torna menos dolorosa, em contrapartida, quando esse afeto é escasso, a tendência é que vínculos emocionais importantes se desfaçam, tornando o processo de transição mais difícil (4). Por fim, espera-se que por meio de estudos como este a sociedade
reflita sobre os aspectos heteronormativos opressores e que os indivíduos transgêneros tenham suas individualidades respeitadas dentro e fora de suas famílias.

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