RELIGIÃO, CIDADANIA E DEMOCRACIA: OS IMPACTOS CAUSADOS PELA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO MUNICÍPIO DE ARIQUEMES-RO

Abstract

A humanidade é marcada pela diversidade e está em constantes transformações e crescimento. Porém tem sido reincidente a intolerância religiosa no meio social, principalmente ao se tratar de religiões afrodescendentes. Esse posicionamento impulsiona atos de violência física ou verbal contra a variedade de crenças existente. No Brasil, a liberdade religiosa e o livre exercício de culto são direitos constitucionais, no entanto, é comum o desrespeito às religiões que possuem um viés diferente daquele que é majoritariamente aceito. Por consequência, isso acaba gerando conflitos religiosos cujo pressuposto é o fanatismo e o anseio de demonstrar superioridade, logo, essa postura torna a intolerância religiosa um problema social. Nessa perspectiva, as manifestações de religiosidade surgem juntamente com o homem em decorrência da necessidade humana de estabelecer explicações para aquilo que não conhece, e consequentemente, surge a doutrinação daquilo que se acredita para com os demais membros da sociedade. Além disso, a religião permite observar os acontecimentos da vida do homem e da sociedade, principalmente no que diz respeito à agregação de valores, sejam eles pessoais, sociais e familiares. Assim, a religião está intrinsecamente ligada com a sociedade que se torna um trabalho árduo defini-la, mas para dar continuidade à discussão é imprescindível trazer ao menos uma ideia básica do que essa representa. Afinal, é justamente a partir do momento em que existe uma concepção religiosa, bem como a relação de superioridade de uma com a outra, e que existe a intolerância religiosa. Diante do exposto, é relevante analisar o efeito em cascata que a intolerância religiosa traz para a sociedade, uma vez que sua propagação é contínua. Logo, torna-se inválido estabelecer normas ou linhas de conduta se não há uma reflexão que torne efetiva a baixa nos casos de violência devido esse pensamento preconcebido que surge diante da homogeneização cultural por meio da repressão. Desse modo, a religião que busca promover os conceitos de compaixão e de solidariedade, bem como o amor ao próximo perde seu significado original ao ser utilizada como forma de segregação, demonstrando que a intolerância nada mais é do que um manifesto da ausência do conhecimento, de compreensão e do respeito.